Diário de viagem 2

Acordamos bem dispostos e com nosso roteiro mais ou menos preparado. Tomamos o café da manhã e fomos a recepção do hotel falar com Telma, a simpática recepcionista, sobre onde poderíamos fazer câmbio (estamos sem pesos lembram?) e onde poderíamos pegar o metrô e mais importante, pra que lado. Como demoramos muito pra descer, descobrimos que a casa de câmbio mais próxima fecharia às 11 horas. Tínhamos uns 20 minutos. Trapalhada não sei que número, erramos o caminho e fomos parar em outro shopping onde descobrimos que a casa estava fechada, e pior, a moça que nos deu informação disse que estava fechado e que domingo todas as casas de câmbio fechavam. Pânico total, primeiro dia em Santiago completamente sem dinheiro. Pra piorar, Marcilio falou que tinha tentado sacar pesos no Santander na noite passada, enquanto eu dormia, e não conseguiu. Perguntamos a mais algumas pessoas pelas casas de câmbio, pois não queríamos acreditar naquela moça pessimista com quem falamos primeiro e mesma resposta: "domingo no hay cambio". Sem querer acreditar continuamos tentando até que uma senhora de uma banca de revistas nos indicou um shopping bem perto do hotel, mas disse que devíamos correr, pois fecharia às 11 horas. Corremos pela rua pois faltava menos de 5 minutos e só pra descobrir que abria as 11 e não fechava. Até agora não sei se entendemos mal ou se nossos informantes eram mal informados. Então, finalmente com o dinheiro daqui na mão, voltamos ao hotel para nos refazer do estresse e podermos começar a conhecer Santiago.
Descemos novamente e fomos perguntar tudo de novo sobre o metrô e suas linhas. Enquanto falavamos com Telma, a recepcionista, Juanito, um senhor muito amável, funcionário do hotel, nos ofereceu emprestado seu cartão do metrô. É incrível como pessoas fazem coisas legais por nós quando conversamos com elas, quando somos atenciosos e tratamos a todos com respeito e consideração. Ele não nos conhecia, não pedimos, mas ele, mesmo assim, os ofereceu o cartão.
Fomos então para estação com o cartão de Juanito e seguimos para o centro da cidade. Vimos os monumentos, Plaza de Armas e chegamos ao mercado. Um cheiro intenso de frutos do mar dominava o ambiente e os garçons nos assediavam para que entrassemos em seus restaurantes. Marcilio porém queria porque queria comer sanduíche. Não achamos nenhuma lanchonete claro, mas quando perguntamos a um dos garçons, ele nos respondeu em português. Mais um brasileiro por aqui (acho que ouvimos mais gente falando português do que espanhol). Entramos em seu restaurante que não tinha sanduiche mais tinha empanadas, o que é muito melhor. Aí foi que danou-se. Marcilio não deixou de jeito nenhum que eu comesse a centolla ( o caranguejo gigante daqui), só porque custava mais ou menos 200 reais. Imagine se isso é razão....comi então outras coisas, foi o jeito ( e não disse pra ele que foi uma sorte ele me regular o tempo todo ou voltaria falida para o Brasil).
Depois de comer, descobrimos que nosso roteiro para o segundo dia estava arruinado. Tudo estava fechado pelo centro e não pude comprar nem uma coisinha típica daqui. resolvemos então ir a um shopping bem tradicional, o Parque Arauco, cheio de lojas famosas, e aí passamos o resto da tarde (quase fiquei doida com as bolsas incríveis). Lá consegui também sacar pesos no caixa eletronico do banco, fincando então bem mais tranquilos por poder contar com esta possibilidade. Depois das compras, voltamos ao hotel e saimos pra passear pelo bairro da Providência, onde estamos. No fim da noite sentamos no bar Mamut, em frente ao hotel e tomei algumas doses de Pisco Sour (só eu, Marcilio ficou nos sucos) acompanhados de calamares e camarões empanados tão crocantes e saborosos como nunca vi.
Apesar do começo atrapalhado, e de não termos conseguido seguir o planejamento,o dia foi muito, muito bom...e ainda tomei pisco sour outra vez, bebida que adoro e não tomava há muito tempo, desde que acabaram as 23 garrafas de pisco que trouxe do Perú há um milhão de anos atras ( a receita dada pelo barman do hotel que fica em Macchu Pichu acho que ainda tenho ).

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